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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Filha de Bob Marley transforma Jamaica para fazer história na Copa Feminina

  Inspirada pela paixão do pai, Cedella Marley tornou-se embaixadora e principal patrocinadora da adversária do Brasil nesta quarta: "Futebol é liberdade"

Cedella Marley estava em casa, nos Estados Unidos, quando sentiu palpitações no peito e uma tremedeira incessante nas mãos. Ela não podia acreditar no que via. Pensou no que o pai diria se estivesse vivo e abriu um sorriso largo, para deixar as maçãs do rosto queimando por minutos depois da euforia. Ela sabia: as mulheres da Jamaica haviam feito história no futebol.



— Eu senti como se meu coração fosse sair do meu peito — conta Cedella, com um respiro profundo.

A Jamaica conquistou sua primeira vitória em uma Copa do Mundo feminina, diante do Panamá, e agora basta um empate para interromper o sonho brasileiro e conquistar o delas: ir às oitavas de final do torneio.

Eu fiz uma chamada de vídeo com as jogadoras e disse: "Vocês conseguiram" e elas disseram "Nós conseguimos". Estávamos todas gritando e pulando em comemoração.

Cedella construiu-se como cantora, dançarina, designer, atriz e empresária, mas para essas mulheres há um papel ainda maior: o de embaixadora e principal patrocinadora da seleção feminina da Jamaica. E se o sobrenome soa familiar, é porque Bob Marley — músico responsável por popularizar o reggae no mundo — é seu pai.

Meu pai adorava futebol. Costumava dizer que "futebol é liberdade" pelo que significava para ele.




— lembra Cedella, com um sorriso no rosto.

— Passei a levar essas palavras a sério do meu próprio jeito, por causa do que vi o futebol fazer na vida das mulheres. Através do futebol, elas são livres para ter educação, uma chance de melhorar suas vidas, mas também de famílias e comunidades. O futebol significa liberdade de ideias e dos costumes ultrapassados que querem impedi-las de viverem seus sonhos.

Marley, aliás, tornou-se uma peça fundamental para que essas meninas e mulheres vivam sonhos com a seleção jamaicana. Era 2008 quando a Federação dissolveu o time feminino por falta de dinheiro, após não conseguir passar da fase de grupos no Torneio de Qualificação Olímpica. O time sumiu até do ranking da Fifa, em 2011, por inatividade, e só seis anos depois, em 2014, foi reiniciado.

Ali, o filho de Cedella, Skip Marley, voltou um dia da escola com um panfleto que pedia doações em dinheiro para ressuscitar o time de futebol feminino da Jamaica. "Apoie as Reggae Girlz", dizia o papel.

Era um pedido de socorro. A seleção estava de volta, havia desempenho uma boa campanha na Copa Ouro, antes das eliminatórias do Mundial, e buscava patrocinadores para se manter viva. Faltava dinheiro para viagens, alimentação, alojamento, campos de treinamento. "Faltava tudo", ela resume.

Cedella cresceu vendo o pai, Bob Marley, e os irmãos Ziggy e Steve jogarem futebol nas ruas de casa, mas nem sequer sabia da existência de uma equipe feminina na Jamaica. Tocada pela história, mobilizou os irmãos, Damien e Steve, e gravou a música "Strike Hard", ali usada para arrecadar recursos e ajudar as jogadoras na equipe nacional.

Foram cerca de 300 mil dólares arrecadados no primeiro ano, com a ajuda também de uma vaquinha virtual, e a iniciativa transformou Cedella em embaixadora e principal patrocinadora da seleção, com a "Bob Marley Foundation".

— Cedella Marley foi corajosa em nos ligar e nos ajudar, porque o futebol na Jamaica era nulo. Acho que temos um longo caminho a percorrer em termos do que países como o Brasil estão produzindo, estamos longe do futebol feminino no resto do mundo, mas estamos tentando crescer — disse o atual técnico da seleção, Lorne Donaldson, em entrevista antes do jogo com o Brasil.

Essa diferença destacada por Lorne pode ser vista em outros âmbitos da seleção. Apesar do patrocínio de Cedella, por exemplo, a Jamaica enfrenta problemas com a Federação por questões salariais e cortes no orçamento. A entidade não arcou com todos os custos da viagem para a Austrália e Nova Zelândia, e a seleção chegou a fazer uma vaquinha online para poder disputar o Mundial.

Marta mostra confiança inabalável na vitória sobre a Jamaica para manter a Seleção Brasileira na Copa feminina

Antes da estreia, inclusive, elas chegaram a afirmar publicamente que a JFF "não cumpriu com os pagamentos acordados contratualmente" e que no momento em que deveriam estar concentradas na preparação, eram obrigadas a expressar a "maior decepção" com a Federação. A JFF, em seu site, reconheceu que "as coisas não foram feitas com perfeição" e disse que estava "trabalhando assiduamente para resolver" as questões.



Os problemas estão longe de ser caso isolado. Em 2019, quando disputaram a Copa pela primeira vez, as jogadoras da Jamaica também tiveram falta de pagamentos e chegaram a entrar em greve na época, após seis meses de valores em aberto para receber.

— Nós somos uma família. Nós protegemos umas às outras, queremos o melhor para nós e queremos deixar um legado de força, união e empoderamento para as futuras reggae girlz — conta Chinyelu Asher, ex-integrante da seleção, participante da greve e membro do conselho de atletas da FIFPRO.

Cedella Marley, por sua vez, diz que pouco teve contato com a Federação desde que abraçou as jogadoras como família. Há dois anos, cada vez mais envolvida na história, lançou a Football Is Freedom — como referência às palavras do pai e agora com uma instituição para promover o futebol feminino no Caribe, América Latina e nas comunidades da diáspora nos Estados Unidos.

A iniciativa financia programas e academias, apoia o desenvolvimento das seleções através de amistosos e minitorneios, e investe também no bem-estar das jogadoras financiando bolsas de estudo para ajudá-las a ter sucesso fora do futebol quando o momento chegar.

Aos 51 anos, marcada por uma história que transformou em sua, Cedella Marley pensa em honrar o amor do pai pelo futebol e assim construir um legado próprio, com o qual sempre sonhou.

Começa com a Jamaica, mas meu sonho é maior. Tenho visto ao longo dos anos que há reggae girlz em todos os países, e elas merecem a chance de experimentar a liberdade que o futebol pode trazer.

SINÉAD O’CONNOR MORRE 1 ANO E MEIO DEPOIS DA MORTE DO FILHO

  Sinéad O’Connor, consagrada cantora irlandesa, faleceu aos 56 anos esta quarta-feira (26), como noticiou a emissora pública da Irlanda, a RTE. A partida de Sinéad ocorre em um cenário de profunda tristeza, um ano e meio após a morte de seu filho Shane, que tinha apenas 17 anos quando morreu, em janeiro de 2022.

“Com um peso imenso no coração, compartilhamos a notícia do adeus à nossa querida Sinéad. Sua família e amigos estão desolados e solicitaram compreensão e privacidade durante este momento de grande dor”, declarou a família em um comunicado divulgado pela RTE. Ainda não foram reveladas as circunstâncias que levaram à morte de Sinéad.

POLÍCIA REVELA DETALHES DA MORTE DE SINÉAD

Em uma revelação recente, a polícia britânica apresentou novas informações sobre as circunstâncias que envolveram a morte da aclamada cantora irlandesa, Sinéad O’Connor.

Segundo as autoridades, Sinéad, que marcou a história da música com o hit ‘Nothing Compares 2 U‘, foi encontrada sem vida em sua residência em Londres – para onde a cantora tinha se mudado recentemente.

Em um comunicado oficial, a polícia detalhou: “Recebemos uma chamada às 11h18 na quarta-feira, 26 de julho, para verificar a situação de uma mulher desacordada em um domicílio na área SE24″.

Esclareceram também que, embora o ocorrido seja trágico, não há indícios de circunstâncias suspeitas. A confirmação da morte da cantora, que tinha 56 anos, foi feita no local.

“Os familiares mais próximos já foram comunicados. Não estamos tratando a morte como suspeita. Um relatório será preparado pelo legista“, informaram as autoridades.

É importante lembrar que Sinéad O’Connor vinha enfrentando batalhas significativas, lidando com desafios de saúde mental e ainda sofrendo com a recente perda de seu filho, Shane, que faleceu em janeiro de 2022, com apenas 17 anos.

Apesar dessas adversidades, Sinéad havia se mudado para uma nova residência em Londres, com planos de compor e gravar novas músicas. Inclusive, realizou uma visita surpresa a um corpo de balé local, demonstrando seu espírito vibrante.





A JORNADA DE SINÉAD O’CONNOR

Sinéad O’Connor, uma verdadeira estrela do cenário musical irlandês, teve uma carreira marcada por momentos de grande sucesso e polêmicas. A estreia da cantora nos palcos do mundo veio em 1987, com o álbum aclamado pela crítica, ‘The Lion and the Cobra’.

Entretanto, o apogeu de sua carreira ocorreu com a chegada do segundo álbum, intitulado ‘I Do Not Want What I Haven’t Got’, em 1990. A canção mais emblemática do álbum foi ‘Nothing Compares 2 U‘, uma composição de Prince que colocou Sinéad no foco do público global.

O videoclipe dessa música, que destacava Sinéad com seu cabelo raspado e gola alta escura, interpretando de maneira sensível e intensa a canção, lhe trouxe grande reconhecimento.

Várias indicações ao Grammy surgiram, resultando na premiação da cantora na categoria de melhor performance alternativa. O clipe também foi eleito o vídeo do ano da MTV, destacando-se entre as produções femininas.

Mas a trajetória de Sinéad não foi feita só de sucessos. Nos anos seguintes, ela esteve envolvida em controvérsias, incluindo o momento em que rasgou uma foto do papa ao vivo no programa ‘Saturday Night Live’.

Uma importante mudança na vida da artista ocorreu em 2018, quando se converteu ao Islã, adotando o nome Shuhada Sadaqat. Ainda assim, Sinéad continuou a se apresentar usando o seu nome de nascimento.

Já no ano de 2021, ela compartilhou suas memórias no livro intitulado ‘Rememberings‘ e, no ano seguinte, um filme sobre sua vida foi dirigido pela cineasta Kathryn Ferguson.

Durante seus últimos anos, Sinéad expôs sua batalha contra o vício e os desafios relacionados à saúde mental. Ao deixar este mundo, a cantora de 56 anos deixa para trás um grande legado musical e três filhos.

terça-feira, 1 de agosto de 2023

SOBRE O DIA INTERNACIONAL DO REGGAE

 O Brasil é o segundo país do mundo que mais consome reggae, gênero que foi celebrado no sábado (1º), Dia Internacional do Reggae. Somente neste primeiro semestre de 2023, foram criadas mais de meio milhão de playlists por usuários no Spotify, totalizando aproximadamente 9 milhões de playlists de usuários na plataforma.


Natiruts, Maneva, O Rappa e Armandinho estão entre os artistas de reggae mais escutados no Spotify no Brasil desde o início deste ano, com faixas que dominam o TOP 5 de canções favoritas. São elas:


“Quero Ser Feliz Também – Ao Vivo”, por Natiruts;

“Minha alma (A paz que eu não quero)”, por O Rappa;

“Seja Para Mim – Acústico”, por Maneva;

“Outra Vida”, por Armandinho.

Bob Marley, cantor jamaicano responsável pela difusão do ritmo musical

mundialmente, está na sexta posição entre os artistas de reggae mais escutados pelos brasileiros – no ranking mundial, ocupa a primeira posição. Porém, a banda Alma Livre, formada por Alves, Naldinho, Chico, Paulo, Sabiá e Kleberson, e com quase 15 mil ouvintes mensais no Spotify, é a que mais cresce.


No Brasil, a banda registrou um crescimento de 457% em streams de janeiro a junho. Em seguida, estão as bandas paulistas Caminho Suave e Tchagas com 281% e 280% de crescimento em streams no mesmo período, respectivamente. Já entre os nomes internacionais que estão fazendo sucesso no Brasil, o destaque é Andrew Tosh com 310% de aumento em streams.

Confira abaixo os dados relacionados ao reggae no Spotify:

Países que mais consomem reggae no Spotify:

1. Estados Unidos

2. Brasil

3. Argentina

4. Alemanha

5. Reino Unido

Artistas brasileiros de reggae que mais crescem no Spotify no Brasil em 2023:

1. Alma Livre

2. Caminho Suave

3. Tchagas

4. Nação Nesta

5. Alma Djem

Artistas internacionais de reggae que mais crescem no Spotify no Brasil em 2023:

1. Andrew Tosh

2. Prince Jammy

3. Dennis Bovell

4. 10 Ft. Ganja Plant

5. Linval Thompson

Ouça agora o single Setenta Vezes Sete da banda Alma Livre