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terça-feira, 23 de julho de 2024

O gesto de paz de Bob Marley apoiou uma mudança radical na Jamaica

Uma imagem icônica de 1978 mostra Bob Marley unindo líderes de partidos de esquerda e direita no palco, pedindo uma trégua. Interpretado erroneamente como apolítico, seu gesto na verdade tinha a intenção de resgatar um movimento socialista em perigo. 

 A fotografia icônica de Bob Marley unindo as mãos de Michael Manley e Edward Seaga no One Love Peace Concert em Kingston, Jamaica, em 1978.

De 1974 a 1980, a Jamaica foi tomada pela violência política. Gangues ligadas aos dois partidos do país, o Partido Nacional Popular (PNP), socialista democrático, e o Partido Trabalhista Jamaicano (JLP), conservador, estavam envolvidas em um conflito paramilitar urbano que matou, feriu e deslocou milhares de pessoas.

Em 1978, influenciados pela mensagem rastafári de unidade, os líderes de gangues concordaram com as negociações de paz. Desse processo surgiu o One Love Peace Concert em Kingston, que reuniu membros de gangues rivais, autoridades dos partidos e os maiores nomes do reggae, incluindo Bob Marley, que havia sido baleado dois anos antes, provavelmente por um atirador do JLP.

Durante sua apresentação, Marley convocou ao palco os líderes dos partidos, o primeiro-ministro Michael Manley do PNP e seu oponente, Edward Seaga do JLP, e a apertarem suas mãos em um sinal de unidade. Imagens daquele momento são icônicas hoje, em parte porque parecem mostrar Bob Marley como a cultura global dominante o imagina: um pacificador transcendendo todos os conflitos, inclusive na política.

Mas essa interpretação é muito simplória. Com seu gesto, Bob Marley não estava tentando omitir as diferenças políticas entre o PNP de esquerda e o JLP de direita. Em vez disso, ele estava tentando resgatar as esperanças do movimento social que levou o PNP ao poder seis anos antes — o vislumbre de uma nova Jamaica que a violência nas ruas, que muitos suspeitam ser o resultado de um programa secreto de desestabilização da CIA, ameaçou destruir.

O acadêmico de estudos africanos Brian Meeks estava presente no One Love Peace Concert de abril de 1978. Meagan Day, da Jacobin, pediu a Meeks para desenterrar esta fotografia icônica, mostrada acima, de Marley abraçando Manley e Seaga. Para entender corretamente o que está acontecendo na imagem, diz Meeks, precisamos examinar a evolução dos partidos e movimentos sociais jamaicanos, o impacto da intervenção estrangeira nas perspectivas de mudança na Jamaica e o papel do reggae e do rastafarianismo na vida cultural e política jamaicana.

Brian Meeks é professor de estudos africanos na Brown University. Ele publicou doze livros, editou coleções sobre política caribenha e escreveu sobre o socialismo democrático de Michael Manley para a Jacobin. Ele também é autor de Paint the Town Red, um romance ambientado em meio à violência política em Kingston na década de 1970.

Temos essa foto clássica de Bob Marley unindo as mãos de Michael Manley e Edward Seaga. Para entender o que realmente está acontecendo nesta fotografia, primeiro temos que repassar o que acontecia no âmbito da política. Vamos começar com os dois partidos que cada um desses políticos representava, o People’s National Party (PNP) e o Jamaican Labor Party (JLP). De onde eles vieram e o que defendiam?

Em 1938, a Jamaica teve uma revolta trabalhadora contra leis sindicais restritivas que impediam uma organização adequada. Foi parte de uma revolta em todo o Caribe, que trouxe a classe trabalhadora para o movimento anticolonial vigente, pois começaram a ver a independência como uma possível via para acabar com a exploração.

Ao se juntar ao movimento anticolonial, a classe trabalhadora se juntou à classe média, que se sentia excluída no sistema colonial britânico e que esperava herdar o poder dos britânicos após a independência. Então, os atores dessa coalizão anticolonial não queriam ou não antecipavam as mesmas coisas da independência, mas todos viam a necessidade do fim do colonialismo britânico.

O reggae foi a trilha sonora do novo movimento político e, mais particularmente, a trilha sonora da vitória eleitoral de Michael Manley em 1972.


Norman Manley, pai de Michael Manley, era o líder do Partido Nacional do Povo, que foi um dos dois partidos que surgiram após a revolta trabalhadora de 1938. No final do período colonial, “nacional” tinha uma conotação muito mais progressista do que na Europa do entre guerras. 

O PNP foi fundado na tradição do socialismo fabiano e sempre foi o mais esquerdista dos dois partidos, mas nunca foi um partido trabalhista tradicional. Era uma aliança da classe média, da classe trabalhadora e dos pobres urbanos.

O outro partido, o Partido Trabalhista Jamaicano (JLP), era muito mais conservador, embora carregasse o nome “trabalhista”. E embora fosse conservador, o JLP de fato tinha uma posição significativa entre uma parcela das classes trabalhadoras agrícola e urbana. Ele tinha os trabalhadores como sua base popular, enquanto também desfrutava de apoio significativo do empresariado e do setor comercial. Basta dizer que, embora ambos os partidos dependessem do apoio da classe trabalhadora, a Jamaica não desenvolveu um partido trabalhista tradicional nos anos que antecederam a independência em 1962.


Então, dois partidos jamaicanos surgem no final do período colonial, um mais progressista e o outro mais conservador, mas ambos focados principalmente na independência e apoiados por um eleitorado formado por diferentes classes. Como Michael Manley chegou a liderar o PNP, e como o partido mudou com ele?


Em 1968, houve outra rebelião na Jamaica, dessa vez inspirada pela recusa do governo jamaicano em permitir que o professor universitário Walter Rodney voltasse ao país depois que ele partiu para uma conferência em Montreal. Sua expulsão levou a uma revolta popular nas ruas de Kingston.


O ano de 1968 tem significado global. No Caribe, é considerado o início do movimento Black Power, e os “Rodney Riots” foram a expressão jamaicana disso. Simultaneamente, o equilíbrio na Jamaica mudou do primeiro governo pós-colonial, que era liderado pelo JLP, para o PNP, que em 1969 elegeu Michael Manley como líder.

Entre 1969 e 1972, Michael Manley acumulou apoio. Naquela época, houve um surgimento híbrido na Jamaica de dois movimentos: o Black Power, com sua ressonância norte-americana, e o rastafarianismo, que era um movimento nacionalista negro indígena jamaicano que seguiu sua própria trajetória. Michael Manley foi capaz de aproveitar essa energia e conquistar a juventude insurgente, ou uma parte significativa dela, para o PNP.

 

Michael Manley, líder socialista da Jamaica, fala com cidadãos. (Jamaica Information Service)

Curiosamente, Michael Manley começou como um moderado no PNP. Alguns diriam que estava à direita de seu pai. Mas no processo de se tornar o líder do partido, começou a se mover para a esquerda. Ele estava respondendo a uma tremenda pressão vinda de baixo, de um contingente de jovens observando que a Jamaica já era independente há uma década, mas os negros ainda não tinham empregos ou dinheiro, e a riqueza ainda estava concentrada nas mãos de investidores estrangeiros ou elites locais brancas e de pele clara.

Em 1972, o PNP capturou esse sentimento com o slogan “Better Must Come”, que é o nome de uma música do artista de reggae Delroy Wilson. O partido também usou essa música em sua campanha. Então, quando Manley venceu a eleição de 1972 com uma vitória esmagadora para a política jamaicana, havia uma grande expectativa de que ele executaria medidas que “fariam o melhor vir”.
Você mencionou o reggae, um tópico que nos aproxima mais da compreensão do significado da fotografia. 

Qual era a relação entre o reggae e o movimento político que Manley comandava?


Eles estão intimamente ligados. O reggae é muito importante neste momento político.

O reggae como forma musical foi parte de uma rápida evolução que ocorreu na música jamaicana na década de 1960. Começou com o ska, que tinha um ritmo de 2/4 como o reggae, mas era tocado muito mais rápido, ligado a uma tradição de jazz e influenciado pela rumba de Cuba, a vizinha, e também pela música de Nova Orleans, que era a única música que podíamos acessar facilmente dos Estados Unidos no rádio de ondas curtas.

O ska evoluiu muito rapidamente nos anos 60 para o rocksteady. E então, no mesmo ano em que esses tumultos urbanos em torno de Walter Rodney aconteceram, em 1968, o reggae surgiu como uma nova forma musical. Os primeiros artistas foram pessoas como Delroy Wilson, que acabei de mencionar, assim como Prince Buster, e os Wailers, que é a banda da qual Bob Marley surgiu como líder.

O reggae era uma forma militante de música que estava intimamente ligada ao rastafarianismo e ao movimento Black Power. Claro, o reggae abrange do espectro da música romântica e emocional chamada lovers rock, à música hardcore de protesto e à música quase religiosa associada aos rastas.


O reggae foi a trilha sonora do novo movimento político, e mais particularmente da vitória eleitoral de Michael Manley em 1972. Muitas das principais personalidades do reggae eram muito próximas da campanha, e os artistas acompanharam a campanha pelo país tocando em comícios.


No entanto, também havia uma tensão quando se tratava de rastafarianismo, que, como um todo, guardava zelosamente sua independência de conexão aberta com a política. Para avançar um pouco, isso ajuda a explicar a autonomia de Marley em 1978 na imagem que estamos discutindo.


O rastafarianismo foi ao mesmo tempo um movimento político, religioso e estético. Como um movimento religioso, ele tinha amplo alcance, o que significava que também havia alguns rastas que apoiavam Edward Seaga, que surgiu como líder do JLP ao longo de 1973 e 74.


Quem é Edward Seaga e quais forças sociais ele representa?


Seaga era um jamaicano de ascendência libanesa que desenvolveu sua influência no JLP por causa de seu domínio em uma das partes mais pobres de Kingston. Lá, ele construiu um reduto chamado Tivoli Gardens, que era bem administrado e eficiente, com serviços sociais, novos arranha-céus e instalações culturais.

Seaga usou essa base para construir um sólido bloco de apoio dentro do JLP, e assumiu a liderança exatamente no momento em que o PNP estava mudando de seu slogan generalista “O Melhor Deve Vir” para o novo slogan do socialismo democrático em 1974.

 

Edward Seaga, segundo da direita, com o presidente dos EUA Ronald Reagan e Nancy Reagan em Washington, DC, em 1981. (Coleção Fotográfica da Casa Branca)

O PNP se via como um partido socialista no começo, mas por várias décadas subsumiu o socialismo sob o manto da luta pela independência. E mesmo por uma década após a independência, não se falava em socialismo no PNP. 

Mas em 1974, em uma tentativa de consolidar seu apoio e desenvolver um programa para levar o país adiante, o PNP sob Manley se dedicou ao socialismo democrático novamente.

Em resposta, o JLP sob Seaga se tornou um partido antissocialista. O JLP evoluiu de uma oposição frouxa para uma coalizão de trabalhadores e capitalistas que estavam claramente contra a direção para onde o PNP queria levar o país, que era explicitamente socialista. Ele implementou reformas como um tremendo programa de habitação urbana, um programa de alfabetização e a licença maternidade.

Então tivemos em 1974 uma bifurcação entre o PNP sob Manley, que estava adotando uma noção ainda moderada de socialismo democrático, e o antissocialista JLP sob Seaga. Este é um momento crítico, porque é também quando outros desenvolvimentos estão ocorrendo globalmente, e os Estados Unidos começam a entrar em cena.


Como o governo socialista de Michael Manley foi recebido pelos Estados Unidos?


A Jamaica chamou a atenção de Richard Nixon e Henry Kissinger quando, em 1972, quatro governos caribenhos reconheceram Cuba, tirando-a do isolamento em que estava na década anterior. Esses quatro países eram Guiana, Jamaica, Trinidad e Tobago e Barbados.

Esse evento prenunciou o que ocorreria em 1974, quando Angola se tornou independente de Portugal, o que foi seguido quase imediatamente pela incursão no sul de Angola a partir da Namíbia, que estava sob o controle efetivo da África do Sul.

Kissinger visitou Manley e solicitou que ele não ajudasse os cubanos, e Manley recusou. Este foi o momento em que os Estados Unidos começaram a considerar esforços para derrubar seu governo.


Cuba prometeu apoiar Angola, cuja independência estava ameaçada, mas não poderia fazê-lo sozinha. Esse apoio só poderia chegar a Angola se os aviões que transportavam equipamento pesado pudessem reabastecer. Tanto Barbados quanto Guiana, apoiados pela Jamaica, concordaram em oferecer postos de reabastecimento no Atlântico. E isso colocou a Jamaica na mira de Kissinger.

Kissinger visitou Manley e solicitou que ele não ajudasse os cubanos, e Manley recusou, explicando que ajudar Cuba a defender a Angola independente contra o apartheid da África do Sul era uma questão de princípio. Ele não recuaria.


O registro sugere que esse foi o momento em que os Estados Unidos começaram a considerar esforços para derrubar o governo de Manley.

Entre 1974 e 1976, a violência começou a aumentar nas cidades, particularmente em Kingston, mas também em outras partes da Jamaica. Essa violência estava direcionada, principalmente, às comunidades pobres, perpetrada por todo um sistema cheio de gangues que apoiavam os partidos políticos.


Qual foi a causa raiz desse repentino ápice de violência política?


Ainda não está totalmente claro quem estava fazendo o quê, mas o que está claro é que a violência começou a acontecer e aumentou pouco depois de o PNP declarar explicitamente uma agenda socialista democrática.

Ninguém tem provas cabais, mas é lógico que um governo no poder não tem interesse em criar uma situação desestabilizadora que leve as pessoas a questionar se ele é capaz de governar. A sequência de eventos sugere que a violência não foi iniciada por forças que apoiavam o governo, mas sim pelas que se opunham a ele.


Houve muita especulação de que a CIA foi responsável por iniciar ou pelo menos inflamar a violência política. Não teria sido difícil de realizar. Já havia uma divisão feroz entre gangues rivais filiadas aos partidos. Mesmo algumas armas de fogo extras e alguns incentivos em dinheiro teriam feito a diferença. Esse tipo de coisa teria sido consistente com as atividades confirmadas da CIA ao redor do mundo nas décadas de 1970 e 1980.

Com certeza, e como você disse, já havia uma infraestrutura de gangues que eram ligadas a partidos políticos, mas semiautônomas e que operavam em seus próprios interesses, buscando suas próprias fontes de lucro.

Dito isso, é preciso duas mãos para bater palmas. Houve, sem dúvida, uma resposta das gangues que apoiaram o PNP, resultando em incidentes trágicos perpetrados por ambos os lados. Em 1976, que foi um ano eleitoral, essa violência havia escalado para um nível paramilitar nas ruas de Kingston.
Rastas não trabalham para a CIA

As eleições de 1976 foram então realizadas sob estado de emergência, porque Manley sentiu que era a única maneira de controlar a violência. O JLP protestou. Eles sustentaram que não eram os perpetradores da violência e disseram que o estado de emergência foi declarado para que perdessem a eleição.

De qualquer forma, Michael Manley venceu a reeleição consolidando e aumentando o apoio em comparação à sua eleição inicial. A violência diminuiu depois de 1976, mas então começou novamente nos anos que antecederam a próxima eleição, em 1980.


Essa violência foi em uma escala difícil de imaginar. Em apenas um ano, mais de oitocentas pessoas foram mortas.

Em muitos casos, a violência era indiscriminada. Você tinha paramilitares circulando pelas comunidades, vendo um membro de uma gangue adversária em um bar ou na esquina de uma rua e abrindo fogo.

Ambos os lados estavam envolvidos em um programa semelhante à limpeza étnica, mas, neste caso, o objetivo era a limpeza partidária. Os bairros em Kingston têm afiliações partidárias claras, e as gangues começaram esquemas de deslocamento em uma tentativa de expulsar as pessoas.

Em alguns casos, quarteirões inteiros da cidade foram queimados. A ideia era que se essas pessoas fugissem e se tornassem refugiadas, forçadas a se mudar e ocupar terras às vezes a muitos quilômetros de distância, elas levariam seus votos consigo. Você poderia mudar o eleitorado de um partido para outro dessa forma.


Foi cruel. E, novamente, quando consideramos a sequência de eventos, a direção da flecha aponta para os inimigos do governo de Manley, porque é irracional para um governo no poder criar esse nível de perturbação, que reflete mal em sua capacidade de governar.
Isso parece especialmente verdadeiro considerando que o governo de Manley estava lidando com outro problema após a eleição de 1976: uma crise econômica, seguida pela coerção do Fundo Monetário Internacional (FMI).


Sim. O PNP sob Manley chegou ao poder em 1972. Em 1973, ocorreu a crise da OPEP. Sendo a Jamaica essencialmente um país dependente de energia, os preços aumentaram dramaticamente. Enquanto isso, por causa da depressão iniciada pela crise, os principais produtos para exportação estavam caindo. E, além disso, o turismo estava em declínio por causa da violência política.


Quando Manley ganhou a reeleição, havia problemas fiscais significativos no horizonte. Seu governo tentou descobrir uma solução que não envolvesse recorrer ao Fundo Monetário Internacional, mas, no final das contas, ele não conseguia ver outra alternativa. O primeiro acordo com o FMI foi assinado em 1977.

O primeiro acordo que Manley negociou exigiu ajustes estruturais e cortes fiscais em troca de empréstimos, mas estes foram relativamente brandos. No entanto, se as regras nas letras miúdas fossem violadas, então o FMI poderia impor outro acordo. No outono de 1977, o governo jamaicano violou essas letras miúdas, e a nova exigência impôs medidas cada vez mais draconianas.

As exigências do FMI dificultaram a continuidade da implementação dos programas socialistas democráticos que haviam comprado tanta boa vontade para com o PNP até a eleição de 1976. Eventualmente, o apoio que esses programas conquistaram para o PNP foi desperdiçado.

 Então, em 1978, o governo Manley enfrentou uma crise econômica, uma crise política e violência desenfreada. Chegamos a 1978, que é o ano em que nossa fotografia foi tirada. Vamos trazer o reggae e o rastafarianismo de volta. 

Como eles estavam se cruzando com a política e a violência na Jamaica durante esse período tenso?

Rastafári representa uma espécie de força de melhoria que se estendeu por essas comunidades do centro da cidade e forneceu uma voz sábia de união. Havia pessoas que podiam cruzar fronteiras porque eram rastas. Elas podiam viajar de Lower Trench Town, que era território JLP, para Upper Trench Town, que era PNP, sem serem incomodadas.

Os rastas começaram a clamar por uma espécie de união Garveyista do povo negro. Havia dois partidos lutando pelo domínio, um representando o socialismo democrático e o outro lutando contra ele. E então havia o rastafarianismo como uma espécie de contra movimento, que não tinha uma sede ou um centro, mas fornecia uma perspectiva moral em um sentido mais elevado. Isso não quer dizer que não houvesse indivíduos que estivessem no PNP ou no JLP, mas que havia uma espécie de autonomia que os rastas expressavam.

Os rastafáris gravitaram em direção ao PNP em 1972, mas nunca foram completamente conquistados pelo movimento. Agora, eles não estavam dando as costas ao PNP, mas diziam: “Os partidos políticos não são o coração e a alma do nosso movimento. O coração e a alma do nosso movimento são os negros, e não podemos matar uns aos outros.”

Como Bob Marley se encaixou em tudo isso?

Há uma música chamada “Rat Race” no álbum de Marley de 1976, Rastaman Vibration, que é sobre violência política, e nela ele canta o verso “Rasta não trabalha para nenhuma CIA”. Essa era uma declaração clássica naquela época, expressando uma aliança cautelosa entre elementos críticos do rastafarianismo e do PNP, mas também um cansaço em relação à rivalidade entre os partidos.


No final de 1976, Marley foi baleado em uma famosa invasão de sua casa. E isso foi criticamente importante, porque estava diretamente relacionado à situação política.
Bob Marley se apresentando no Dalymount Park em 6 de julho de 1980. (Eddie Mallin / Wikimedia Commons)

Antes da eleição de 76, Marley foi convidado pelo ministro da cultura da época para se apresentar no que foi visto então como um concerto do PNP, embora fosse um evento do governo. Marley foi baleado pouco antes do concerto, e agora é quase certo que o tiro foi disparado por um atirador do JLP que queria impedi-lo de trazer sua presença significativa para um evento que redundaria nos interesses do PNP pouco antes de uma eleição.


De qualquer forma, ele tocou no Smile Jamaica Concert, que foi um concerto muito famoso. E, claro, o PNP venceu a eleição. Mas depois disso, Marley deixou o país e ficou exilado nas Bahamas e depois no Reino Unido, retornando apenas para o Peace Concert em 1978.

O Peace Concert é onde a fotografia foi tirada. Qual era o propósito deste evento?

Em 1978, sob a influência do líder rasta Mortimer Planno, dois dos maiores líderes das gangues afiliadas aos partidos — Claudius “Claudie” Massop do JLP e Aston “Bucky” Marshall do PNP — se uniram e decidiram que iriam iniciar um movimento pela paz.

Esse movimento pela paz era contraditório. Ele estava sendo liderado por membros de gangues que estavam envolvidos nas atrocidades. Então, era sempre tenso, e havia alguma dúvida sobre se era genuíno ou se esses líderes de gangues, em uma espécie de tradição do tipo máfia, estavam procurando obter vantagem e tirar algo disso.

De qualquer forma, é inegável que, no nível popular, particularmente nas áreas que vivenciaram mais violência neste período, houve uma tremenda onda de apoio a um movimento pela paz que acabaria com as agressões. As pessoas vivenciaram quatro anos de assassinatos e incêndios, e estavam realmente prontas para que isso acabasse. Foi isso que levou ao Concerto pela Paz.


Você estava no Peace Concert. Como foi?

Foi um evento notável. Foi realizado no maior local do gênero, o Estádio Nacional em Kingston. Quase trinta e cinco mil pessoas estavam lá. Todos os principais cantores de reggae estavam lá. E todos os membros e líderes de gangues estavam lá, e havia paz entre eles naquela noite.



Tinha esse tipo de atmosfera que você sente em momentos de mudança potencial, em que o impossível parece possível. Era quase como um momento revolucionário.
Peter Tosh em 1979. (Rogelio A. Galaviz / Flickr)

As duas personalidades mais destacadas entre o panteão jamaicano de cantores de reggae foram Bob Marley e Peter Tosh. Este último também foi um dos Wailers, sendo os três membros originais Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer.

O interessante é que a apresentação de Peter Tosh, que durou uma hora naquela noite, essencialmente não apoiou a iniciativa de paz. Sua atitude foi capturada em sua famosa canção de 1977, “Equal Rights”, na qual ele cantou, “I don’t want no peace, I want equal rights and justice” (“Eu não quero nenhuma paz, quero direitos e justiça”, em tradução livre). O slogan de Tosh foi contra a essência do evento, que era mais comemorativo.

Então Peter Tosh ocupou uma posição, e Marley ocupou outra. Grandes artistas se apresentaram durante toda a noite, mas a apresentação de Marley foi o ponto alto do evento. Ele subiu ao palco por volta da meia-noite. E, como você pode ver na fotografia, chamou Manley e Seaga para o palco, e juntou as mãos deles — bem diferente da atitude de Peter Tosh naquela noite.

Mas é complicado porque, por um lado, sim, Marley está pedindo que a violência acabe. Mas se você ouviu a música que Marley tocou naquela noite, era uma música dirigida contra a Jamaica permanecer dentro dos limites de seu passado neocolonial. É quase como se Marley estivesse dizendo com esse gesto que Manley e Seaga têm que encontrar uma maneira de acabar com a hostilidade para que possamos realmente mudar o país, que era o espírito com o qual Manley foi eleito.

Claro, Marley canta sobre um amor, mas não é um amor abstrato. É um amor se unindo para fazer uma mudança, e não está divorciado da ideia de transformação estrutural fundamental na Jamaica. A posição de Marley é que acabar com a violência permitirá que uma política de mudança social e política prossiga.

Claro que Marley canta sobre um amor, mas não é um amor abstrato. É um amor se unindo para fazer uma mudança, e não está divorciado da ideia de transformação estrutural fundamental na Jamaica.


Depois, houve um debate interessante na imprensa, iniciado por um artigo no jornal radical de um pequeno partido marxista-leninista chamado Workers Party of Jamaica, o Struggle. Esse artigo basicamente dizia que Peter venceu a noite. Bob não gostou nem um pouco, e ele foi ao escritório do jornal no dia seguinte, xingando, dizendo basicamente: 

“Vocês estão fazendo Peter parecer um revolucionário, e eu sou o quê?”

Então, houve um debate paralelo sobre se Bob havia se vendido ao fazer isso, enquanto minha leitura daquele momento é que ele estava pensando: “Se ao menos os trabalhadores pudessem ter paz, então poderíamos começar a mudar este país”.


O que aconteceu depois daquela noite?

Em poucos anos, ambos os líderes de gangues, Claudius Massop e Bucky Marshall, estavam mortos. O acordo de paz não se sustentou. A violência aumentou dramaticamente rumo à próxima eleição. E em 1980, contra esse pano de fundo de violência e um acordo com o FMI que estava estrangulando o país e prejudicando os trabalhadores, o PNP foi derrotado, e Seaga se tornou primeiro-ministro.

A tentativa do socialismo democrático de Manley falhou. Ronald Reagan foi eleito quase simultaneamente com Edward Seaga, que visitou os EUA em 1981. Bob Marley também morreu de câncer em 1981. Então esse é o tipo de desfecho, ou se você preferir, de todo esse processo.

Manley se engajou na oposição e, em 1989, foi reeleito, mas voltou como um líder muito mais contido, operando dentro dos limites do consenso de Washington.

É como se Manley fosse um líder que respondeu ao seu momento. O contexto foi revolucionário no início dos anos 1970, mas não continuou assim na década de 1990.


Exatamente. Quando ele retornou, o momento já havia passado; o mundo havia seguido em frente. A conjuntura internacional que permitiu a existência de estados radicais havia sido eclipsada. Manley voltou como uma pessoa completamente diferente. Em seu leito de morte, ele disse que se arrependeu de algumas das decisões que sentiu que teve que tomar nos anos 90, mas isso é para os livros de história.

Dada a forma como o governo de Manley terminou, a história provou que Bob Marley estava certo ao dizer que, sem paz nas ruas, toda esperança revolucionária na Jamaica estaria extinta?

A história provou que ele estava certo na medida em que o fracasso de um tratado de paz levou ao aumento da violência, e que o resultado da eleição de 1980 se deveu ao sentimento de que o país era ingovernável. Muitas pessoas diriam depois da eleição que gostavam de Manley e de suas políticas, mas o país estava em guerra, e a única maneira de pará-la era deixar Seaga governar.

Mas a violência não foi a única coisa que precipitou a derrota de Manley. Houve também a situação econômica insustentável, piorada pelo acordo do país com o FMI. Os salários reais haviam diminuído significativamente, você não conseguia encontrar certos produtos nas prateleiras dos supermercados — todas as características clássicas. Nixon disse isso em relação ao Chile: “Faça a economia gritar”. A economia jamaicana estava gritando em 1979 e 1980.

Talvez não fosse possível que houvesse um acordo de paz viável, porque, em última análise, estava acontecendo no nível de senhores da guerra, não de políticos como Manley e Seaga. Mas nunca saberemos o que teria acontecido se a paz tivesse sido possível e alcançada.

CRÉDITOS: HISTÓRIA DO REGGAE JAMAICANO


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sexta-feira, 12 de julho de 2024

Fantan Mojah é hospitalizado em Martinica com ataque cardíaco suspeito

 

 

Fantan Mojah (Viala)

O artista de reggae Fantan Mojah, de 47 anos, está atualmente hospitalizado na Martinica depois de desenvolver problemas respiratórios e reclamar que seu “pente estava se apercendo”.

“Fantan foi ao hospital ontem à noite. Seu peito estava se apertando, mas eles o levaram não muito tempo depois que ele chegou no voo na Martinica”, confirmou um artista de reggae, que também está na Martinica, ao DancehallMag.

Fantan Mojah está reservado para aparecer no Festival de Terapia Reggae 2024 na Martinica com Alpha Blondy, Christopher Martin, Etana, Pressure Busspipe, e outros entre 12 e 13 de julho.

Outra fonte revelou que Fantan Mojah estava enfrentando problemas médicos nos últimos meses e que seu coração estava operando com “menos de 100% de eficiência”.

tight pant fantan
Fantan Mojah (Viala)

Fantan, cujo nome é Owen Moncrieffe, ganhou popularidade nos anos 2000 por canções pensativas e reflexivas. Ele estava entre os novos e novos atos de Reggae de meados dos anos 2000, quando assinou com a Downsound Records. Enquanto estava naquele campo, ele lançou a música Hungry, que disparou para a primeira posição nas paradas jamaicanas, onde permaneceu por oito semanas consecutivas seguidas.

Fantan também lançou seu aclamado álbum de estréia Hail the King em 2005, que compreendia sucessos como a faixa-título Hail the King, Corruption e Nuh Build Great Man, que contou com Jah Cure.

Mais tarde, ele lançou os álbuns Stronger em 2008, Rebel I Am em 2012 e Rasta Got Soul em 2016.

Nos últimos anos, Fantan lançou músicas e vídeos de música, como Fire King e Touch That Body, que atraíram críticas por seu conteúdo. No entanto, o cantor disse que está satisfeito com suas faixas do Dancehall.

“Todo mundo ama a música, em todos os lugares ela cria um burburinho, Suriname, Caribe, África. As pessoas adoram o lado dancehall de Fantan Mojah. Eu sempre quis ir dançar, mas nunca encontrei um produtor que estivesse confiante o suficiente para experimentar o lado dancehall de Fantan Mojah

Burna Boy 'desrespeitou' o steel pulse no Summer Jam Festival, diz guitarrista da banda de Reggae

 

 

A estrela nigeriana do Afrobeats, Burna Boy, foi criticada pelos fãs do Reggae depois de supostamente desrespeitar a banda de Reggae, vencedora do Grammy Steel Pulse, tentando forçá-los a sair de seu camarim no recém-realista Reggae Summer Jam Festival, na Alemanha.

O alvoroço começou depois que o cantor e guitarrista do Steel Pulse, David “Electric”, Hinds, compartilhou no Instagram que Burna Boy, que chegou ao festival com uma grande comitiva, exigiu vestiários adicionais e tentou deslocar o Steel Pulse para acomodar sua equipe.

“Burna Boy e a equipe de segurança nos desrespeitaram totalmente, o atropelseofficial, tentando nos expulsar do nosso camarim para que ele pudesse ter 4 vestiários para sua enorme comitiva. Selwyn Brown, membro original do Steel Pulse, estava lívida e nossa equipe se manteve firme e disse-lhes para vencê-lo e você não pode fazer isso com as pessoas, especialmente para uma banda que abriu o caminho para o Reggae Music.

“Summerjam, por que você tem uma equipe de segurança completa que acha que eles podem entrar e intimidar as pessoas? Quem diabos o'burnaboy acha que ele é? E por causa de nos recusarmos a sair, a equipe de segurança começou a construir uma barricada de uma cerca acorrentada que dividia o corredor entre nosso camarim e seu camarim, fazendo com que parecesse que estávamos na prisão ou algo assim”, acrescentou.

Electric também declarou que o estilo e o comportamento de Burna e sua equipe eram impróprios, não se alinhavam com o ethos do Reggae e não deveriam ser tolerados.

“Espero que esses festivais de reggae lendários percebam que isso não pode ser parte da cultura do reggae. Isso é negócio da Babilônia. Nós não tratamos as pessoas assim. Por favor, reconheça isso porque o Steel Pulse foi totalmente desrespeitado. O reggae promove a Paz, o Amor, a Unidade... defendem os seus direitos, nunca devemos desistir da luta “reggaemusic”, acrescentou.

 

A firmeza do Steel Pulse foi saudada pelos fãs de reggae, que expressaram seu apoio à banda e sua desaprovação às ações do Burna Boy.

“Respeita um grupo de fundação que foi fundamental no legado que a música reggae tem hoje!! ‘burnaboygram que você desrespeitou todo o gênero e cultura e ‘summerjam_festival_official, você deveria se envergonhar de si mesmo para o menino Burna é um absoluto que ninguém em comparação com o mundo precisa valorizar o impacto em vez de celebridades ism’”, disse Lloyd Laing, da Universidade Reggae.

Ele tem a coragem de copiar a cultura do reggae, depois se virar e desrespeitar as lendas. Burna Boy Fire fi dat!! Você não tem respeito por esse tipo de comportamento, é inaceitável”, acrescentou outro homem.

A notícia do incidente também foi recebida com desgosto pelo lendário musicólogo e produtor musical Reggae Kurt Riley.

“O negócio de babilônica? Llets vê o que acontece a seguir. Isso eu sei, lenta mas certo, que o dinheiro tem uma maneira de sobrepor respeito, moral, direitos e princípios. O reggae saúda tudo, o reggae é amor, harmonia, dor, solução e obastanding”, afirmou o produtor do Party Animal.

“Reggae não prescreve essa mentalidade. O reggae chama e elipidia esse comportamento, independentemente de quem seja o indivíduo ou o grupo. Qual é o preço do que é certo? Vamos ver porque Jah está assistindo. Mas eu vou dizer isso: “Aquele que não tem respeito pelo passado, será enganado e de lado ao longo do tempo pelo futuro”, acrescentou Riley.

Laing também questionou a questão dos crossovers de gênero nos festivais de música Reggae. Ele e outros comentaristas também apontaram que, embora Burna Boy tenha ganhado aclamação internacional por suas contribuições para o Afrobeats, sua presença em um evento focado no reggae era desnecessária.

“Isso é o que acontece quando você tenta pegar música negra e torná-la andrógina..Burna Boy não deveria estar compartilhando um palco com [Steel Pulse] AfroBeats não é Reggae..bees e moscas não coexistem na natureza, então por que Summerjam mistura mel com shot?? Laing afirmou.

“Cará oh man man man, por que esses artistas deixam a fama chegar à cabeça. Smh é por isso que você tem que observar a frequência das pessoas que você ouve diariamente porque a frequência é transmitida através das ondas musicais”, disse um homem.

“Eu me perguntei por que ele estava lá em primeiro lugar!!! E é principalmente as pessoas que trabalham para o artista que pensam que podem governar e são rudes às vezes os artistas não têm ideia do que está acontecendo! Mas deixe o reggae ficar com reggae”, acrescentou nataschabyhuis.

Os organizadores do Summerjam Festival também enfrentaram escrutínio, já que os fãs pediram que eles garantissem que as futuras formações respeitassem as raízes do gênero Reggae e os artistas que dedicaram suas vidas à sua preservação.

Mas por que os festivais de reggae contratam esse tipo de artista? Eu nunca entendi a conexão.. afrobeats pode ser relegado com afrobeat... festivais de reggae com afrobeats e um monte de artistas de reggae querendo ter trabalho e nada. O mundo dá errado”, disse louiemelody.

“Por que Burna Boy está tocando em um festival de reggae, eu o primeiro lugar? Um monte de festivais de reggae estão convidando artistas não reggae ultimamente ... o que está acontecendo com isso?

Steel Pulse, que foi formado em 1975 como um trio, consistia principalmente de britânicos de primeira geração de ascendência caribenha que cresceram na comunidade de Birmingham de Handsworth.

No início dos anos 80, Steel Pulse tinha crescido para um sexteto, e foi classificado junto com Aswad e Misty In Roots como as principais bandas de reggae britânicas. A banda fez sua estréia jamaicana no Reggae Sunsplash no Jarrett Park em agosto de 1981.

 

A banda recebeu o Grammy de 1986 por seu álbum Babylon the Bandit. Eles também receberam indicações para Vítimas (1991), Rastafari Centennial (1992), Rage and Fury (1998), Living Legacy (2000) e Mass Manipulation (2019).
 
CRÉDITOS: DANCEHALL MAC - BURNA BOY

Conheça Jôh Ras: a artista adotada por Jorge de Angélica que virou revelação no Reggae da Bahia

 Neste episódio do Podcast Jôh também falou sobre suas experiências marcantes no reggae.

 


Jocilene Souza de Araújo, a popular ‘Jôh Ras’ tem 27 anos e é uma cantora, compositora e baixista do estilo Reggae Roots. Nascida em Feira de Santana e criada no bairro Rua Nova, Jôh Ras teve início no ramo da música ainda na adolescência, que, por influência de sua avó, ingressou no ministério de música da igreja no qual fazia parte.

A partir daí, a música não largou mais. Imersa no reggae roots, Jôh Ras conheceu grandes nomes que marcaram a sua vida, como Jorge de Angélica, que o adotou como filha. Neste episódio do Podcast do Acorda Cidade, o Escuto Cá Entre Nós, apresentado pelas jornalistas Jaqueline Ferreira e Maylla Nunes, Jocilene Araújo também contou momentos marcantes de sua vida, como a relação com os pais biológicos, além das polêmicas que envolveram a assistência médica de Jorge de Angélica, antes do seu falecimento.

Atualmente firmada como mulher, negra, mãe, Jôh Ras também expressou, neste bate-papo, a emoção em participar de grandes encontros que marcaram a sua vida na música, junto a outras mulheres, além dos desafios da carreira no gênero musical, principalmente ligadas ao apoio de meios públicos.

Saiba também neste Podcast a avaliação de Jôh Ras quanto a homenagem feita pelo governo do Estado na Micareta de 2024 à Jorge de Angélica, e as virtudes e conscientização das pessoas em desconstruir preconceitos e paradigmas através de mensagens de paz, amor, superação e resistência através do reggae.

CRÉDITOS: ACORDA CIDADE - FEIRA DE SANTANA

ACORDA >>>>>>>>>> 

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Julian Marley & The Uprising faz show histórico em Salvador neste domingo

  Julian Marley & The Uprising faz show histórico em Salvador neste domingo
Adão Negro abre evento do filho da lenda Bob Marley na Concha Acústica do TCA

 

 

Julian Marley, vencedor do Grammy de Melhor Álbum de Reggae, fará sua estreia em Salvador após a premiação, em um aguardado show marcado para o próximo domingo (19). A apresentação será às 18h30, na Concha Acústica e contará com a abertura da aclamada banda baiana Adão Negro.

Filho do lendário Bob Marley, Julian não apenas carrega o sobrenome famoso, mas também herda o compromisso com a música e a mensagem de seu pai. Crescendo imerso no ambiente musical do reggae, ele absorveu suas influências desde cedo, e no palco estará acompanhado de banda, The Uprising.

O início de sua jornada musical remonta ao lançamento de seu álbum de estreia, "Lion in the Morning", em 1996. Desde então, Julian tem sido um embaixador do reggae, elevando o gênero como cantor, compositor e multi-instrumentista. Sua música é uma fusão de raízes jamaicanas e influências contemporâneas.

Reconhecido internacionalmente, Julian Marley recebeu este ano o Grammy de Melhor Álbum de Reggae, destacando ainda mais sua contribuição para a cena musical.

Já o Adão Negro, formada em 1996 em Salvador, também traz seu próprio legado ao cenário musical, com hits como "Anjo Bom" e "Pele Negra", conquistando muitos fãs do reggae.




Agenda
Julian Marley & The Uprising   e Adão Negro
Local:  Concha Acústica do Teatro Castro Alves
Data: 19 de maio - Domingo
Abertura dos portões será às 17;30H
Horário:  a partir das 18h30

Ingressos:
https://vendas.ticketmaker.com.br/?ct=3247&cl=96

terça-feira, 30 de abril de 2024

Julian Marley & The Uprising + Adão Negro em maio na concha acústica em Salvador BA 2024

 O dono do Grammy de melhor álbum de reggae se apresenta em Salvador pela primeira vez depois da premiação. Julian Marley & The Uprising estarão no palco da Concha Acústica, em um aguardado show que acontecerá no dia 19 de maio, às 18h30. A apresentação terá abertura do Adão Negro. Os dois ícones do reggae prometem uma noite memorável para os fãs do gênero.

Julian Marley é mais do que apenas um nome na história do reggae. Ele é uma extensão viva do legado de seu lendário pai, Bob Marley. Crescendo em um ambiente musical imerso em influências reggae, Julian absorveu a essência da música desde cedo. No show vem acompanhado da banda & The Uprising.

Sua jornada musical começou com seu álbum de estreia, “Lion in the Morning”, lançado em 1996. Desde então, Julian tem sido um embaixador incansável do reggae, elevando o gênero a novos patamares com sua habilidade como cantor, compositor e multi-instrumentista. Sua música é uma fusão de raízes jamaicanas e influências contemporâneas.

 Com uma carreira marcada por sucessos, Julian é reconhecido internacionalmente e esse ano venceu o Grammy de melhor álbum de reggae.

Adão Negro, banda brasileira fundada em 1996, conquistou seu espaço no cenário musical com sucessos como “Anjo Bom” e “Pele Negra”. Com uma base de fãs sólida, a banda tem se destacado nas grandes capitais do país, impulsionada pela paixão dos amantes do reggae.

Agenda

Julian Marley e Adão Negro
Local:  Concha Acústica do Teatro Castro Alves
Data: 19 de maio
Horário:  a partir das 18h30

Ingressos: https://vendas.ticketmaker.com.br/?ct=3247&cl=96


sexta-feira, 5 de abril de 2024

Adão Negro celebra Bob Marley na Concha Negra

Banda baiana com quase 30 anos de carreira homenageia o pai do reggae

No dia 19 de abril, a Concha Acústica do TCA recebe mais uma edição da “Concha Negra”. Dessa vez, a noite será especial para os amantes do reggae. O grupo Adão Negro apresentará o show "Adão Canta Bob", relembrando os grandes sucessos do criador do ritmo jamaicano.
A apresentação contará com participações especiais: Hélio Bentes, vocalista do Ponto de Equilíbrio, Rodrigo Piccolo, da banda Mato Seco e Banda Didá. Os primeiros são reconhecidos no cenário nacional por sua influência e contribuição ao reggae e a banda feminina tem a tradicional batida do samba reggae baiano.
Fundada em 1996, a banda Adão Negro consolidou sua trajetória com canções que unem romance e ativismo social. Álbuns como "Adão Negro" e "Pele Negra" marcaram sua carreira, apresentando hits como "Anjo Bom", "Eu Louvei" e "Pele Negra".
Para Sergio, anfitrião do show e vocalista da banda Adao Negro, é significativa a data escolhida para o evento, dia dos povos indígenas, mais uma confluência de ideias e ideais libertários para o último show do evento Concha Negra. Como nada é por acaso, Salvador, maior cidade africana fora da África é também solo tupinambá e a música reggae é, antes de tudo, uma música anticolonial que abriu caminho para muitas das manifestações atuais não só da música, mas da cultura (e da contra-cultura) como um todo.
Os ingressos para o evento estão à venda por R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) na bilheteria física do TCA e online via Sympla. O show tem início previsto para às 18h30.
Agenda
Adão Negro celebra Bob Marley na Concha Negra
Convida Helio Bentes, vocalista do Ponto de Equilíbrio, Rodrigo Piccolo, da banda Mato Seco e Banda Didá
Quando: 19 de abril de 2024 (sexta), 18h30
Onde: Concha Acústica do Teatro Castro Alves
Quanto: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Vendas: Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do TCA (sem taxas) ou na plataforma virutal Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/92596/d/248008/s/1687444
Classificação indicativa: 14 anos
Redes Sociais
Instagram: @adaonegrooficial
Facebook: @AdaoNegroOficial
Assista agora nosso novo videoclipe: Acende a Vela!youtu.be/hJ5xBuPjRZ8
Pode ser uma imagem de 3 pessoas e texto que diz "NOSSA ARTE NOSSA FORCA CONCHA NEGRA TERCEIRAEDIÇÃO 19.04 18H30 ADÃO NEGRO "ADÃO CANTA BoB" •CONVIDA• HELIO BENTES RODRIGO PICCOLO BANDA DIDÁ MAIS INFORMAÇOES cultura.ba.gov.br GOVERNO DO ESTADO ΒΛΗÎ SECRET TARIADE CULTURA FUTURO GOVERNO GENTE"

sábado, 30 de março de 2024

Burning Stone ‘The Messenger’ é um produtor musical multipremiado

 

Burning Stone ‘The Messenger’ é um produtor musical multipremiado, multiinstrumentista, compositor, cantor e intérprete. Ele é um artista africano de reggae radicado no Reino Unido, com a sua mensagem de Libertação e Reconciliação, trazendo esperança, unidade e amor a todo o mundo.

 


Burning Stone fez sucesso mais uma vez com o lançamento de seu último EP, "Exodus", uma jornada musical convincente destinada a cativar o público com sua mistura única de reggae afrocêntrico. "Exodus", uma obra-prima de oito faixas, investiga temas de unidade , paz e mudança, unindo as pessoas através dos sons suaves do reggae.

O estilo distinto "Reggae Kwasa" do Burning Stone, influenciado por grandes nomes como Lucky Dube, Bob Marley, Peter Tosh, Kojo Antwi, Alpha Blondy e Majek Fashek, cria uma sinergia espiritual que ressoa além das fronteiras.

“Exodus” é mais do que apenas música; é um apelo à reconciliação, à compreensão e às vibrações positivas num mundo que enfrenta questões profundas. O compromisso do Burning Stone em espalhar suas mensagens de esperança transparece em cada faixa deste EP.


 

Os sucessos anteriores de Burning Stone, incluindo seu single de sucesso “Nicodemus”, conquistaram-lhe seguidores leais, e “Exodus” está preparado para solidificar ainda mais sua reputação como um talentoso artista de reggae com impacto global. Sua jornada musical abrange três décadas e colaborações com artistas renomados como o falecido Danny Nettey (Gana), Chidinma Okafor (Nigéria). Bridget Blucher (EUA), Kelly Khumalo (África do Sul) Peter Mabula (África do Sul) Soweto Spiritual Singers e Soweto Afropop Opera (África do Sul), Richard Siluma também conhecido como Saggy Saggila (irmão do falecido Lucky Dube, S.A) e mais, é uma prova de sua dedicação ao ofício.

Os ouvintes podem esperar uma experiência autêntica de reggae que transcende fronteiras e culturas, tornando "Exodus" uma audição obrigatória para entusiastas do reggae e amantes da música.

Burning Stone continua a espalhar a sua mensagem de Libertação e Reconciliação através do poder da sua música.

Baixando, Streaming e Ouvindo este ‘Êxodo’ você certamente irá elevar sua alma com prazeres para sempre...

Amor abençoado